Download da Aula em Power Point no Link:
http://www.4shared.com/office/vjC58NRL/AulaSegundaFase.html
Páginas
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
O Homem é produto do seu Trabalho
MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO
Karl Marx
Um Parênteses Filosófico:
Qual é a questão
fundamental da filosofia?
Essa reflexão é essencial para entendermos,
sem muita dificuldade, o passo seguinte, ou seja, a influência do Método
Hegeliano na obra de Karl Marx. Além é claro, de traçar um paralelo entre
materialismo e idealismo, duas correntes filosóficas extremamente importantes.
A questão fundamental da filosofia é a
relação entre o pensamento e o ser, entre o espiritual e o material, entre a
consciência e a existência. As correntes filosóficas, por meio de toda a
história da filosofia, têm procurado solucionar esse problema, debatendo esse
dualismo.
Geralmente, muitas pessoas confundem o
sentido filosófico dos termos materialismo e idealismo, com o vulgarmente
empregado. No sentido corriqueiro, materialismo significa luxúria, mesquinhez,
busca de prazeres materiais. No mesmo sentido vulgar, idealista é a pessoa
altruísta, boa, que luta por uma ideal. Ordinariamente, a burguesia e os seus
intelectuais procuram alimentar essa confusão afirmando que o comunista, por
ser materialista e ateu, come criancinhas ao molho pardo, estupra freiras ...
No entanto, materialismo, em seu
sentido filosófico, é a concepção científica do Universo e do Homem, que admite
a prioridade da matéria sobre o pensamento. E o Idealismo é a postura
filosófica que aceita a prioridade do pensamento, da idéia, sobre a matéria. No
decorrer da exposição isso ficará mais claro!
Hegel de Pernas Para o Ar:
Diante do problema fundamental da filosofia
(o que é primordial: a consciência ou a existência, o ser ou o pensamento, a
idéia ou a matéria?), Marx permanece contrário às idéias de Hegel.
Para Hegel, o primordial, o que existe em
primeiro lugar é a consciência universal. A história nada mais é do que uma manifestação
do Espírito Universal. Os fatos, os fenômenos que ocorrem na realidade material
e mesmo na consciência, no pensamento e no conhecimento humano, são um reflexo
da Idéia Universal e Absoluta.
Marx assumiu a causa do ser, da
existência, da matéria e diz em voz alta: “A produção de idéias, de
representações e da consciência, está direta e intimamente ligada à atividade
material e ao comércio material dos homens, essa é a sua linguagem da vida
real. As representações, o pensamento, o comércio intelectual dos homens surge
diretamente de seu comportamento material”.
Ora, a sociologia e a antropologia
constatam esse fato, e consideram que o homem ao construir o seu mundo
material, constrói a si mesmo. Desta forma, gritou Marx: “a filosofia alemã de
Hegel desce do céu para a terra. Já a minha, parte da terra para o céu. As
idéias morais, religiosas, metafísicas, não surgem do além, mas da vida
concreta e real que os homens estabelecem para sobreviver”. Sartre escutando os
berros acrescentou: “a existência precede a essência”.
Marx afirma claramente que não é a
consciência individual que determina todas as formas históricas e de
comportamento social, e sim a produção da vida material. No que se refere ao
problema fundamental da filosofia, não é o pensamento ou a consciência que
existe primordialmente, mas a vida material.
Ao colocar a dialética hegeliana de
pernas para o ar, Marx elabora a dialética materialista. Em linguagem
filosófica, a dialética de Marx é uma antítese à hegeliana.
DIALÉTICA MARXISTA
O termo dialética vem do grego dialegein,
que significa discutir a contradição de idéias que leva a outras idéias.
O esquema básico da dialética é: tese,
antítese e síntese. A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A
antítese é uma oposição à tese. É importante lembrar que a antítese não é a
destruição da tese, e sim a tese aperfeiçoada. Do conflito entre tese e
antítese surge a síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si
elementos resultantes desse embate. A síntese, então, torna-se uma nova tese,
que contrasta com uma antítese gerando uma nova síntese, e assim
sucessivamente.
Todos os processos que constituem a
realidade social se explicam pela contradição, pela dialética. E é assim desde
o início, desde a formação da sociedade. A sociedade humana é produto de uma
luta entre a natureza e nossos ancestrais pela sobrevivência. O conteúdo
concreto dessa luta foi e continua sendo o trabalho. Segundo o pensamento
marxista, foi o trabalho que, agrupando os nossos ancestrais na luta pela sobrevivência, deu origem às sociedades.
Foi o trabalho que possibilitou a passagem do homem primitivo para o homem
moderno.
Como sabem, Marx é um materialista de
“carteirinha”. Defende que a vida material está sempre em primeiro lugar. E ao
perceber que o trabalho é a ferramenta necessária para a construção de uma nova
forma de organização, ele acaba por negar, definitivamente, que os meios
materiais de existência sejam um mero reflexo de algo pré-existente (idéias).
Assim, o trabalho é a única categoria capaz de transformar a vida material.
A realidade para Marx se apresenta como
uma síntese de inúmeras determinações históricas, de forma que cada sociedade
em um dado momento foi construída particularmente por um turbilhão de fatores
de cunho social, econômico, político e cultural. Seria impossível, portanto,
compreender o ambiente social sem buscarmos suas raízes históricas sob uma
perspectiva global que contennha todos os aspectos do comportamento social.
Marx cria, a partir de uma visão
histórica totalizante, um método de compreensão da realidade denominado
materialismo histórico e dialético, o qual tenta abstrair as contradições
inerentes ao funcionamento das sociedades. O ponto de partida é a concepção
materialista, de onde se deriva a idéia de que as relações sociais de produção
determinam nossa construção cultural e ideológica. Sem delongas, o
desenvolvimento histórico é explicado pela história da luta de classes, em
outros termos, ela é o motor da história.
A história do homem é a história da
luta de classes. Para Marx a evolução histórica se dá pelo antagonismo
irreconciliável entre as classes sociais de cada sociedade. Foi assim na
escravista (senhores de escravos x escravos), na feudalista (senhores feudais x
servos) e assim é na capitalista (burguesia x proletariado). Entre as classes
de cada sociedade há uma luta constante por interesses opostos, eclodindo em
guerras civis declaradas ou não. Na sociedade capitalista, a qual Marx e Engels
analisaram mais intrinsecamente, a divisão social decorreu da apropriação dos
meios de produção por um grupo de pessoas (burgueses) e por outro grupo
expropriado possuindo apenas seu corpo e capacidade de trabalho (proletários).
Tendo a luta de classes de fundo, a
contradição fundamental do funcionamento da sociedade ocorre entre as novas
forças produtivas e as relações de produção envelhecidas.
Forças Produtivas é tudo aquilo que permite
a produção de mercadorias: ferramentas, máquinas, matéria-prima, técnica, força
de trabalho, etc.
Já as Relações de Produção, são os
relacionamentos entre os proprietários da força produtiva, ou seja, os donos
dos meios de produção e aqueles que trabalham para este.
Em geral, quanto mais tecnologia é
empregada na força produtiva, mais tensa é a relação entre os operários e os
donos das máquinas. Isso se dá por vários motivos: desemprego, diminuição dos
salários e é claro, pelo trabalho rotineiro, alienado.
O método de análise da sociedade,
materialista histórico e dialético passa por várias etapas:
1ª) Marx observa a sociedade como produto de uma luta de classes,
promovida pela dialética. E vai mais longe, ao dizer que toda a história nada
mais é do que a história da luta de classes.
2ª) A contradição fundamental presente na luta de classes, ocorre na
estrutura da sociedade, na forma como os homens organizam a produção social de
bens.
3ª) A produção social engloba dois fatores: Relações de Produção e
Forças Produtivas.
4ª) As Relações de Produção juntamente com as Forças Produtivas,
formam o que conhecemos por Infra-estrutura. É essa Infra-estrutura que
determina as demais instituições sociais presentes na sociedade. O método
consiste em dar uma visão materialista e geral da sociedade em que vivemos.
Manifesto
do Partido Comunista, 1848:
“A burguesia desempenhou na História
um papel eminentemente revolucionário. Onde quer que tenha conquistado o poder,
a burguesia destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Todos os
complexos e variados laços que prendiam o homem feudal a seus "superiores
naturais", ela os despedaçou sem piedade, para só deixar subsistir, entre
os homens, o laço do frio interesse, as duras exigências do "pagamento à
vista". Afogou os fervores sagrados do êxtase religioso, do entusiasmo
cavalheiresco, do sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do cálculo
egoísta. Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as
numerosas liberdades, conquistadas com tanto esforço, pela única e implacável
liberdade de comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração velada por
ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta,
cínica, direta e brutal.
A burguesia despojou de sua auréola
todas as atividades até então reputadas veneráveis e encaradas com piedoso
respeito. Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio fez seus
servidores assalariados. A burguesia rasgou o véu do sentimentalismo que
envolvia as relações de família e reduziu-as a simples relações monetárias”.
[Manifesto do
Partido Comunista, cap. 1: burgueses e
proletário]
CONFLITO:: Capital X Trabalho
O capitalismo tornou o
trabalhador alienado, isto é, separou-o de seus meios de produção (suas terras,
ferramentas, máquinas, etc), os quais passaram a pertencer à classe dominante,
a burguesia. Desse modo, para poder sobreviver, o trabalhador é obrigado a
vender sua força de trabalho à classe burguesa, recebendo um salário.
Como há
mais pessoas que empregos, o excesso de procura motiva o proletário a aceitar,
pela sua força de trabalho, um valor estabelecido pelo seu patrão. Caso negue,
achando que é pouco, o patrão estala os dedos e milhares de outros aparecem em
busca do emprego. Portanto, é aceitar ou morrer de fome.
Com a
alienação nega-se ao trabalhador o poder de discutir as políticas trabalhistas,
além de serem excluídos das decisões gerenciais. A alienação elimina do
indivíduo a percepção de seu potencial, e não permite que ele entenda que é
igual a qualquer outro, submetendo-se à interesses que não os seus. A
auto-alienação o torna vazio, pouco entende do mundo em que está inserido, pois
não reflete sobre o que ocorre ao seu redor.
A Construção da usina de Belo Monte é um ótimo exemplo da relação conflituosa entre Capital e Trabalho.
Belo Monte, uma usina polêmica | Parte 1 | A obra
Esta é a primeira matéria de uma série de reportagens do Jornal da Cultura sobre a construção da Usina de Belo Monte.A terceira maior hidrelétrica do mundo está no centro do debate sobre os rumos do desenvolvimento brasileiro, já que o empreendimento de R$ 26 bilhões tem mudado profundamente a paisagem, o meio ambiente e as relações humanas em plena amazônia.
Neste vídeo, você vai conhecer as características dessa obra. A reportagem é de Ricardo Ferraz, que viajou ao Pará na companhia do cientista política e comentarista do Jornal da Cultura, Carlos Novaes.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 16 de julho de 2012.
Belo Monte, uma usina polêmica | Parte 2 | Os impactos
Na segunda reportagem da série sobre a Usina de Belo Monte, o Jornal da Cultura mostra os impactos que a obra vai trazer para o ecossistema da Amazônia.Pelo plano autorizado pelo governo, um trecho de 90 Km do Rio Xingu terá a quantidade de água sensivelmente reduzida. E os ambientalistas alertam para os problemas que isso pode trazer para as plantas e os animais da região.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 17 de julho de 2012.
Belo Monte, uma usina polêmica | Parte 3 | Os indígenas
Na terceira reportagem da série, o Jornal da Cultura mostra a situação dos indígenais diretamente afetados pela construção da terceira maior hidrelétrica do mundo.Nossa equipe visitou três aldeias, inclusive a do povo Xikrin, localizada no interior da Amazônia. Os índios receberam presentes da empresa responsável por Belo Monte, mas temem perder o bem mais precioso: o Rio Xingu.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 18 de julho de 2012.
A construção da Usina de Belo Monte
significa uma oportunidade de emprego para milhares de trabalhadores de
todo o país. Gente que viaja para o Pará em busca de bons salários e
estabilidade, mas que muitas vezes não consegue uma vaga por problemas
de capacitação.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 19 de julho de
2012.
Belo Monte, uma usina polêmica | Parte 5 | A cidade
Altamira, o maior município brasileiro em extensão territorial, está se
tornando também a cidade que mais cresce em número de habitantes. A
prefeitura estima que cerca de 20 mil pessoas se mudaram para Altamira
nos últimos três anos. E o motivo é um só: a construção da Usina de Belo
Monte.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 20 de julho de 2012.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 20 de julho de 2012.
Belo Monte, uma usina polêmica | Parte 6 | Os ribeirinhos
Na última reportagem da série sobre a construção da Usina de Belo Monte,
você vai saber como os moradores, que vivem há anos à beira do Rio
Xingu, serão afetados pela terceira maior hidrelétrica do mundo.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 21 de julho de 2012.
Reportagem exibida originalmente na TV Cultura, no dia 21 de julho de 2012.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Tudo se Transforma em Mercadoria
Documentário que mostra como funciona o sistema capitalista de extração, produção,distribuição, consumo e tratamento de lixo. Mostra de maneira muito clara como todo o Sistema se baseia na exploração desde os recursos naturais até as pessoas. Como coisas são criadas para ir para o lixo (intencionalmente, o mais rápido possível). A verdadeira função dos governos e corporações que os apoiam, é criar uma Sociedade de Consumo a um rítmo acelerado.
Qual é o segredo da
mercadoria?
O mistério da mercadoria é
encobrir as características sociais do trabalho, ela pronta e acabada não deixa
passar a imagem de que é produto do trabalho humano. Adquirindo, então, um
caráter fantasmagórico.
Para
entender essa imagem é preciso compreender o que Marx chama de fetichismo da
mercadoria. Grosso modo, fetichismo da mercadoria seria o fato de as pessoas,
no sistema capitalista, se conhecerem e se relacionarem por intermédio das mercadorias.
A maioria
das pessoas com as quais nos relacionamos são parte do processo de circulação
das mercadorias. Podemos conhecer o fulano do açougue em frente, mas,
primeiramente, o conhecemos como vendedor da mercadoria carne. Lembramos do
sicrano da padaria da esquina, antes de tudo, como o vendedor de pão. Ou o
beltrano porteiro da escola. Quanto a nossos amigos, conhecemos muitos deles
porque vendem ou vendiam sua força de trabalho na mesma fábrica, banco, escola,
etc. em que vendemos ou vendíamos a nossa força de trabalho. Desse modo, se o
açougue fechar ou um colega for demitido, as chances de perdemos contatos com
quem tínhamos relações de amizade são grandes. Esta é a realidade social em que
vivemos, gostemos ou não.
A
mercadoria não exerce mas aquele papel de intermediadora na relações entre
seres humanos (pessoa-mercadoria-pessoa), agora ela ocupa os pólos
(mercadoria-pessoa-mercadoria). Veja como
isso se dá!!
Se chegar à casa de um amigo de
ônibus, meu valor é inferior ao de quem chega de BMW. Isso vale para a camisa
que visto ou o relógio que trago no pulso. Não sou eu, pessoa humana, que faço
uso do objeto. É o produto, revestido de fetiche, que me imprime valor,
aumentando a minha cotação no mercado das relações sociais. O que faria um Descartes
neoliberal proclamar: "Consumo, logo existo".
Se as
mercadorias é que são as ligações entre nós, são elas que estabelecem relações
entre si, em outras palavras, as mercadorias possuem vida social e não nós. É
essa inversão que Marx chama de Fetichismo.
O mecanismo
do fetichismo da mercadoria transforma as relações humanas em elos entre
coisas. Acontece que hoje são as próprias coisas, no caso os produtos, que se
referem a marcas e ganham identidade própria. Não basta tomar refrigerante, tem
que ser Coca-Cola, não basta fumar, tem que ser Marlboro, como não basta comer
hambúrguer, tem que ser McDonald's. Assim, a imagem torna-se a forma final da
mercadoria.
Como foi
citado por Frei Betto (frade dominicano que estudou Jornalismo, Antropologia,
Filosofia e Teologia) em artigo publicado no Jornal de Ciência e Fé em abril de
2001, ano 2, nº 29:
A
crítica do fetiche da mercadoria data de oito séculos antes de Cristo, conforme
este texto do profeta Isaías: “O carpinteiro mede a madeira, desenha a lápis
uma figura, trabalha-a com o formão e aplica-lhe o compasso. Faz a escultura
com medidas do corpo humano e com rosto de homem, para que essa imagem possa
estar num templo de cedro. O próprio escultor usa parte dessa madeira para
esquentar e assar seu pão; e também fabrica um deus e, diante dele se ajoelha e
faz uma oração dizendo: Salva-me, porque tu és o meu deus!” (44, 13-17).
Ao desaparecer o caráter útil dos
produtos do trabalho, também desaparece o caráter útil dos trabalhos neles
corporificados; desaparece, portanto, as diferentes formas de trabalho
concreto. As mercadorias, não mais se distinguem umas das outras pela sua
utilidade, mas se reduzem, todas, a uma única espécie de trabalho, o trabalho
humano abstrato (valor-de-troca).
Para Marx
não existem dois mundos diferentes: o da aparência e o da essência, como
anunciava Platão. Ao contrário, “aparência e essência são tratadas na sua forma
histórica como se compõem no mundo do capital”. Daí entende-se porque o
fetichismo não é uma ilusão, mas possui uma existência e uma influência real
sobre os indivíduos, determinando assim uma sociabilidade estranhada, uma
sociabilidade em que o valor de troca é a determinação das relações sociais.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
As razões da Crise do Capital [Marx]
Assista e aprofunde seus conhecimentos sobre economia e sociologia em Karl Marx com a professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) Leda Paulani.
Vale a pena conferir os conceitos trabalhados de maneira didática e sem a fuga da complexidade que o tema exige.
Bons Estudos!!!
As razões da crise (1/2)
As razões da crise (2/2)
sábado, 7 de julho de 2012
Ciência X Senso Comum
A. Vulgar: é feito ao sabor das circunstâncias, sem método definido, dependendo de experiências ocasionais: “vivendo e aprendendo”.
C. Científico: é organizado, desenvolvendo-se no domínio do concerto e experimental.
Ciência: é o conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e das leis que os regem, obtido por meio da investigação e comprovado pela observação, pelo raciocínio e pela experiência intensiva.
A palavra ciência é de origem latina: scientia, verbo scire (conhecer), que significa conhecimento. A evolução semântica faz uma reserva da palavra para um tipo peculiar de conhecimento.
O conhecimento científico opõe-se ao conhecimento vulgar porque é organizado, sistematizado, contando com métodos, não se desenvolvendo ao sabor das circunstância. Opõe-se ao conhecimento filosófico porque se baseia na experiência sensorial, na operação concreta.
RACIONAL: utiliza-se metodologia adequada. É a racionalidade do processo de evolução, ou seja, constrói-se por indução e aplica-se por dedução. Indução no construir-se porque parte do individual para o geral. Aplica-se por dedução a realidades semelhantes, não generalizando hipóteses rejeitadas ou não comprovadas devidamente.
GERAL: tende à universalização dos fenômenos comprovados, desde que em configuração igual ou estrutura semelhante.
Ciências sociais é um conjunto de ciências que tem por objeto o estudo dos diferentes aspectos da manifestação da vida grupal.
Toda as ciências sociais estão intimamente relacionadas porque todas elas estudam aspectos de uma só realidade: o comportamento social. Cada uma toma um aspecto diferente, com métodos por vezes diversos, mas o objeto material é um só. O que distingue as ciências é o objeto formal.
Entre as Ciências Sociais podemos destacar: Antropologia, Greografia Humana, História, Psicologia Social, Política e Sociologia.
ANTROPOLOGIA – ciência do homem como ser social e animal, que visa ao estudo das criações do espírito humano que resultam da interação social: conhecimento e idéias; normas de comportamento, hábitos adquiridos na vida social e pela vida social; estudo descritivo; classificatório e comparativo da cultura.
ECONOMIA – ciência que estuda a produção, distribuição, circulação e consumo de bens escassos, e a relação entre necessidades/desejos e bens.
GEOGRAFIA HUMANA – ramo da Geografia que estuda as influências recíprocas entre gupos/indivíduos e o meio físico.
HISTÓRIA – ciência que investiga e narra fenômenos irrepetíveis, suas formas, seus fatores e feitos, em objetivação interna e/ou externa.
POLÍTICA – ciência que estuda os fenômenos referentes ao Estado como fenômeno total que envolve as relações de poder.
PSICOLOGIA SOCIAL – estudo da personalidade como manifestação e inter-relação do indivíduo e seu meio social e cultural.
SOCIOLOGIA – ciência que estuda as relações sociais, as estruturas sociais, as transformações sociais, suas formas e seus fatores.
Problema Social X Problema Sociológico
A sociologia estuda os fenômenos sociais em geral, quer sejam percebidos ou não como problemas.
•
Problema Social
a) Dois critérios:
1. Sentimento de indignação moral que um fato desperta em grande parte da população
2. Temor de que um fato represente uma ameaça para a coletividade
b) Um fato pode ser definido como um problema social quando ameaça interesses materiais de quem o percebe, mas também, quando põe em risco a preservação de crenças arraigadas numa população.
c) Problema social é considerado fenômeno social (problema sociológico) quando é passível de ser explicados cientificamente
Problema sociológico
a) Explicação teórica do que acontece na vida social.
b) Os problemas sociais interessam ao sociólogo quando este é capaz de transformá-los em problemas sociológicos sendo a sua pretensão explicá-los e não resolvê-los.
SOCIOLOGIA
* Filha ilustre da Modernidade
* Nunca foi uma disciplina em que há um corpo de idéias que todos aceitam como válidas, nem é o resultado linear da evolução das ciências sociais, ao contrário é com o estabelecimento das rápidas transformações econômicas, política, culturais e sociais da modernidade que possibilitou a construção dessa nova ciência como resposta intelectual e prática às novas situações.
2. A importância da acumulação primitiva de capitais e a falência das práticas mercantilistas, além da ascensão de uma nova forma de organização do espaço produtivo.
3. As transformações na propriedade privada dos meios de produção: a desapropriação de camponeses e artesãos sua concentração nas mãos da burguesia urbana e a formação de uma nova classe (proletariado).
4. As mudanças nas relações de trabalho: a predominância do assalariamento, a disciplina fabril, as péssimas condições de trabalho, o exército industrial de reserva, os baixos salários, a absorção da mão de obra feminina e infantil, a insalubridade e a legislação trabalhista.
6. Os movimentos sociais: a insatisfação quanto as condições de vida e trabalho, ‘as máquinas como origem do problema”, as primeiras organizações sindicais, a violência das manifestações e a reação da burguesia.
7. O papel do Estado: o apoio na criação de infra-estrutura para a industrialização e a repressão aos movimentos contestatórios.
- insatisfação popular quanto a precariedade das condições de vida e de trabalho (organização do movimento operário)
1. O processo de tomada do poder político pela burguesia centrando a atenção na Revolução Francesa.
2. As contradições e obstáculos do Antigo Regime ao desenvolvimento do capitalismo.
5. A hegemonia da alta burguesia e a oposição dos setores aristocráticos e populares.
6. A necessidade de manutenção do poder político e do resfriamento do ímpeto revolucionário através da utilização do próprio Estado.
A tomada do poder pela alta burguesia e a imaturidade/desconhecimento quanto as possibilidades de ação do Estado. Era necessário racionalizar a atuação do órgão estatal a fim de transformá-lo em um ponto de apoio para o progresso e a contenção dos movimentos sociais. o esvaziamento do discurso revolucionário e a ascensão de uma retórica onservadora.
C) Revolução Cultural
1. A retomada da cultura greco-latina, a hegemonia da razão, o papel do homem no universo.
2. O percurso das transformações culturais (ciência, artes, religião, etc.) a partir do fim do modo de produção feudal até o momento das revoluções burguesas
3. Os entraves para o desenvolvimento de uma mentalidade burguesa, racional, científica, pragmática e econômica.
4. Iluminismo e o caráter revolucionário de seu conteúdo: o indivíduo, a liberdade, os direitos naturais, a contraposição ás instituições, etc.
5. Desenvolvimento das ciências naturais tomando como base os métodos racionalistas, experimentalistas e naturalistas do período.
EFEITOS:
A absorção pela sociologia do método científico racionalista e sua inspiração nas ciências naturais: o experimentalismo, a tendência ao equilíbrio e à evolução. A inversão do discurso iluminista, pelos positivistas, exaltando as instituições e esvaziando a importância do indivíduo.
O PAI DO POSITIVISMO
Durante
um certo
período Comte foi secretário
particular de Saint-Simon até que se
desentenderam intelectualmente. Vários historiadores do pensamento
social têm observado
que Comte, em
boa medida, deve suas
principais idéias
a Saint-Simon. Ao contrário desse pensador, que
possuía uma faceta progressista,
posteriormente incorporada ao pensamento socialista,
Comte é um pensador
inteiramente conservador,
um defensor sem ambigüidades
da nova sociedade.
O inventor
do neologismo “sociologia”
e pai do positivismo,
também se mostra
sensível às mutações
das sociedade européias do século
XIX. Segundo Comte: “as sociedades européias se encontravam em um profundo estado
de caos social,
as idéias religiosas haviam há muito perdido sua
força na conduta
dos homens e não
seria a partir delas que
se daria a reorganização da nova sociedade, nem muito menos das idéias
dos iluministas. A propagação das idéias iluministas em
plena sociedade
industrial somente
poderia levar
à desunião entre
os homens. Para
haver coesão
e equilíbrio na sociedade
seria necessário restabelecer
a ordem nas idéias
e nos conhecimentos,
criando um conjunto
de crenças comuns
a todos os homens”.
Convicto de que
a reorganização da sociedade
exigiria a elaboração de uma nova maneira de
conhecer a realidade,
Comte procurou estabelecer os princípios
que deveriam nortear
os conhecimentos humanos.
Seu ponto de partida era a ciência e o avanço que ela vinha obtendo em
todos os campos
de investigação. A filosofia,
para ele,
deixava de ser uma atividade
independente, com
propósitos e finalidades
específicas, para ser
reduzida a uma mera disciplina
auxiliar da ciência,
tendo por função
refletir sobre
os métodos e os resultados
alcançados por ela.
A verdadeira filosofia,
no seu entender,
deveria proceder diante
da realidade de forma “positiva”. A escolha
desta última palavra
tinha a intenção
de diferenciar a filosofia
por ele
criada da do século
dezoito, que era
negativa, ou
seja, contestava as instituições sociais que
ameaçavam a liberdade dos homens. A sua filosofia positiva
era, nesse sentido,
uma clara reação
às tendências dos iluministas. O espírito positivo,
em oposição
à filosofia iluminista, não possuía caráter
destrutivo, mas
estava exatamente preocupado
em organizar
a realidade.
Em
seus trabalhos,
sociologia e positivismo
aparecem intimamente ligados, uma vez que a criação
desta ciência marcaria o triunfo final
do positivismo no pensamento
humano.
O advento
da sociologia representava para Comte o coroamento da evolução
do conhecimento científico,
já constituído em
várias áreas do saber.
“É normal que
a ‘física social’
se apresente depois das outras ciências, pois ela possui como
objeto matérias
mais complexas.”
Comte propõe e desenvolve a
classificação das ciências, a ordem é: as matemáticas,
a física, a química
e depois a biologia,
e por fim,
a mais complexa
de todas as ciências a Sociologia também
chamada de “Física
Social”.
Segundo essa classificação a ordem é da mais
simples para
as mais complexas e da mais abstrata para a mais concreta, e de uma proximidade
crescente em
relação ao homem.
Não
era apenas
quanto ao método
de investigação que
essa Filosofia Social
Positivista se aproximava das ciências da natureza
(observação, experimentação,
comparação). A própria sociedade
é concebida como um
organismo constituído de partes integradas e coesas que
funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico, por isso o Positivismo foi
chamado também de Organicismo social, reflexo
das Ciências Biológicas.
Desta forma,
o positivismo procurou oferecer
uma orientação geral
para a formação
da sociologia ao estabelecer
que ela
deveria basicamente proceder em
suas pesquisas
com o mesmo
critério que
dirigia a astronomia, a física ou a biologia rumo a
suas descobertas.
A sociologia deveria, tal como as demais ciências,
dedicar-se à busca dos acontecimentos constantes
e repetitivos da natureza.
Como
você perceberá nas páginas
seguintes, Comte considera como um dos pontos altos de
sua sociologia
a reconciliação entre a “ordem” e o “progresso”,
pregando a necessidade mútua destes dois elementos para a nova sociedade. Para ele, o equívoco dos conservadores
ao desejarem a restauração do velho regime feudal era postular a ordem em detrimento do progresso.
Inversamente, argumentava, os revolucionários
preocupavam-se tão somente
com o “progresso”,
menosprezando a necessidade de ordem na sociedade.
A sociologia
positivista considerava que a ordem
existente era, sem
dúvida alguma, o ponto
de partida para
a construção da nova
sociedade, o progresso
constituiria uma conseqüência suave e gradual da ordem.
SOCIEDADE CIENTÍFICA E INDUSTRIAL
A reforma social
tem como condição
básica a Reforma Intelectual
Diante
do turbilhão de problemas
vivenciados pela sociedade
européia, em meados
do século XIX, vários
foram os diagnóstico levantados. Marx por exemplo,
acreditava que esses
problemas são
frutos do próprio
sistema capitalista,
só sendo possível
resolvê-los quando este
regime for completamente
destruído. Já Auguste Comte, defensor de uma sociedade industrial e científica,
pelo contrário,
não contempla esse
tipo de pensamento,
disse ele certa
vez:
“ Um
certo tipo
de sociedade, caracterizado
pelos dois adjetivos, teológico
e militar, está em
vias de desaparecer.
O cimento da sociedade
medieval era
a fé transcendental,
que ultrapassa os limites
da razão, interpretada pela Igreja Católica; e as atividades
militares. Um
outro tipo
de sociedade, científica
e industrial, está prestes
a nascer. A sociedade que nasce é científica,
no sentido em
que os cientistas
substituem os sacerdotes e teólogos como a
categoria social
que dá a base
intelectual e moral
da ordem social.
Assim como
os cientistas substituem os sacerdotes, os industriais,
no sentido mais
amplo, isto
é, os empreendedores, diretores de fábricas,
banqueiros, estão assumindo o lugar dos militares.
A partir do momento
em que
os homens pensam cientificamente, a atividade principal das coletividades deixa
de ser a guerra
de homens contra
homens, para
se transformar na luta
dos homens contra
a natureza, ou
pela exploração
racional dos recursos
naturais.”
Auguste Comte conclui, a partir da análise da sociedade em que vive, que a
reforma social tem como
condição fundamental
a reforma intelectual. A revolução ou a violência dos imprudentes
não permite reorganizar
a sociedade em
crise. Para isso é preciso
uma síntese das ciências
e a criação de uma política
positiva.
Como
muitos de seus
contemporâneos, Comte considera que a sociedade moderna está em
crise, entretanto,
encontra a explicação
dos problemas sociais
na contradição entre
uma ordem histórica
teológico-militar em vias de desaparecer e uma ordem social
científica-industrial que nasce.
Com
isso em
mente, Auguste Comte interpreta a história da Europa como
se ela absorvesse a história
de todo o gênero
humano,. e mais,
a sociedade industrial,
a sociedade da Europa ocidental,
é exemplar, e se tornará o modelo
de sociedade para todos os homens.
Na tentativa
de descobrir como
a Europa chegou a esse modo de ser superior, Comte desenvolveu a Lei
dos Três Estágios.
A combinação
da lei dos três
estágios com
a classificação das ciências tem por objetivo provar que a maneira de pensar que triunfou na matemática,
na astronomia, na física,
na química e na biologia
deve, por fim,
se impor à política,
levando à constituição de uma ciência positiva
da sociedade, a sociologia.
LEI DOS TRÊS
ESTÁGIOS
A Lei
dos Três Estágios,
corresponde a três fases
distintas percorridas pelo desenvolvimento
do conhecimento e do espírito humano.
Com isso,
Comte acreditava ter descoberto
“uma grande lei
fundamental ou
universal” da evolução
da sociedade.
Cada
um dos três
estágios de sua
lei possui características
próprias, até mesmo,
opostas entre si.
Os três estágios
são: (a) o Teológico
ou Fictício,
(b) o Metafísico ou
abstrato, (c) o Positivo
ou científico.
a) Teológico ou Fictício
O estágio
Teológico é considerado o mais primitivo,
no qual os fenômenos
são explicados por
meio de agentes
sobrenaturais, como
deuses e espíritos,
a quem são
creditadas todas as anomalias.
Os fenômenos
naturais são
explicados de acordo com a imaginação,
por exemplo:
os índios Kaxinawas, no Acre, explicam a origem
do Raio como
os kaxinawas que estão no céu e não
deixam de trabalhar. Quando
o machado escapole e faz brecha, cai o relâmpago na terra, fazendo o estrondo que é o trovão.
O cupim vem, tapa
o buraco e o trovão
passa.
Assim
sendo, o estado teológico
seria aquele em
que os homens
atribuíam aos deuses as causas dos diversos
fenômenos vivenciados no dia-a-dia. Na busca
última para tudo, chegou-se à elaboração
do monoteísmo, unificando as diversas divindades num só
Deus.
b) Metafísico ou Abstrato
Comte não
define muito bem
esta fase, para ele o estágio Metafísico é apenas
um período de
transição do estágio
Teológico para
o Positivo.
Entretanto,
conseguimos estabelecer algumas características,
por exemplo,
no estágio Metafísico
ou Abstrato
os fenômenos são
explicados por meio
de entidades abstratas, como a natureza,
e não mais
por agentes
sobrenaturais. O abstrato
ocupa o lugar do concreto,
e a argumentação, o da especulação. Lembrando que,
essa fase é apenas
transitória. Aplicado à sociedade,
esta fase adolescente,
transitória e desordenada corresponde a um estado militar.
c) Positivo ou
Científico
Depois
do estágio de transição
(o Metafísico), o espírito
humano chega
ao último estágio,
o Positivo, no qual
os fenômenos são
explicados a partir de leis
demonstradas experimentalmente. Isso faz
com que
o homem renuncie-se à busca das explicações
absolutas, da origem e da finalidade do mundo,
e das causas primeiras dos fenômenos, contentando-se em
estabelecer as leis
que o governam.
Aqui,
são introduzidas duas noções importantes
ao sistema positivo
de Comte, isto é, a observação
e a experimentação, próprias do conhecimento
científico, que
subordinam a imaginação e a especulação até
então predominantes.
Segundo
Comte, todas as formas de conhecimento passaram pelos
dois primeiros
estágios e vieram a se constituir
definitivamente no último.
Dessa forma, as sociedades
evoluem de acordo com
a “grande lei
fundamental” a Lei
dos Três Estágios.
Comte acredita ainda, que os indivíduos também
passam por essa lei
fundamental de evolução
- a infância como
nosso estágio
teológico; a juventude
como o metafísico,
e a idade adulta
como o positivo.
No plano
histórico, este
estado está em
conformidade com
a sociedade industrial.
No seio podem novamente
impor-se a ordem e o consenso. Tendo os industriais
suplantados os guerreiros, os seres humanos não farão mais
a guerra para
obter poder e riqueza, mas irão cooperar para dominar
a natureza e produzir
em abundância
para todos.
ORDEM E PROGRESSO
A Sociologia
de Comte está relacionada com o caráter reorganizador
da sociedade e das instituições,
pois o autor via na Filosofia Positiva um instrumento para que o homem
fosse reeducado para reorganizar
as estruturas políticas
e sociais visando à ordem
e ao progresso sociais.
O Positivismo propunha, enfim,
um modelo de ação humana, uma ordem mundial, uma nova
forma de relação
dos homens entre
si e dos homens
com o mundo.
Apesar
do otimismo em
relação ao caráter
apto e evoluído da sociedade
européia, o desenvolvimento industrial gerava, a todo
momento, novos
conflitos sociais.
Os empobrecidos e explorados (camponeses e operários)
organizavam-se exigindo mudanças políticas
e econômicas. Auguste Comte respondeu a tais
pressões com
as idéias de ORDEM
E PROGRESSO.
Com
essa idéia, Comte mostra
dois tipos de
movimentos na sociedade.
O estático que
procuraria ajustar todos
os indivíduos às condições
estabelecidas, garantindo o melhor funcionamento da sociedade,
o bem comum e
os anseios da maioria
da população. E o dinâmico
levaria à evolução transformando as sociedades, segundo
a lei universal
ou a “grande
lei fundamental”,
da mais simples
à mais complexa,
da menos avançada
à mais evoluída.
Esses
dois movimentos
revelariam que a ordem
seria o princípio que
rege as transformações sociais, princípio esse,
necessário para a evolução social
ou o progresso.
Essa ordem implicaria o ajustamento e a integração dos componentes
da sociedade a um
objetivo comum.
Os movimentos reivindicatórios, os conflitos e as revoltas
deveriam ser contidos sempre
que pusessem em
risco a ordem
estabelecida ou o funcionamento
da sociedade, e ainda,
quando inibissem o progresso.
As instituições
que mantêm a coesão
e garantem o funcionamento da sociedade, por exemplo, família,
religião, propriedade,
linguagem, direito,
etc., seriam responsáveis pelo
movimento estático
da sociedade. Comte relacionava os dois
movimentos vitais
de modo a privilegiar
o estático sobre
o dinâmico, a conservação
sobre a mudança.
Isso significava que,
para ele, o progresso deveria aperfeiçoar
os elementos da ordem
e não destruí-los.
Assim
se justificava a intervenção na sociedade sempre que fosse necessário assegurar a ordem ou promover o progresso. A existência
da sociedade burguesa industrial
era defendida tanto
em face
dos movimentos reivindicatórios que aconteciam em
seu próprio interior , quanto
em face
da resistência das sociedades
agrárias e pré-mercantis em aceitar o modelo industrial e urbano.
Subscrever:
Mensagens (Atom)